A palavra de ordem para iniciara falar da igreja de Santa Maria Antiqua no Foro Romano é “palimpsesto”, mais precisamente no sentido que a
história da arte e arqueologia italiana atribuem a este conceito.
Um palimpsesto é um pergaminho que foi cancelado para
que se pudesse escrever um novo testo, mas que possui resquícios
das inscrições anteriores; seja por que as novas linhas foram escritas nas
entrelinhas do primeiro, seja por que foram escritas na perpendicular
do antigo texto (hoje em dia identificáveis com o raios ultravioletas).
O conceito importante aqui são as diversas camadas
que este documento possui, de períodos que se sucederam, e portanto
com formas e significados diferentes.
Breve cronologia da construção da Santa Maria Antiqua
A igreja de Santa
Maria Antiqua no Foro Romano foi construída na metade do VI século
aos pés do Palatino, perto da Casa das Vestais. A importância da
descoberta desta igreja consiste na compreensão da urbanização do
Foro Romano nos primórdios da Idade Média; seu funcionamento foi
abruptamente interrompido no IX século por um terremoto, que a
tornou impenetrável. É igualmente de fundamental importância para
a História da Arte saber que tipo de programas iconográficos
adornavam as suas paredes.
Esta igreja ficou
“enterrada” por mil anos, até que Giacomo
Boni, o grande arqueólogo que escavou
boa parte do Foro Romano, encontrou-a em 1900.
Nos 300 anos em que
a igreja funcionou suas paredes eram inteiramente decoradas; hoje
temos 250m² de afrescos de diferentes períodos, resquícios de opus
sectile do final do período imperial e
um famoso palimpsesto
na parede da ábside com SETE camadas que fazem com que ela seja a
pérola das igrejas paleocristãs; sobretudo se pensarmos no período
da iconoclastia do império bizantino.
As várias camadas de afrescos que podem ser vistas hoje
Podemos ver hoje
afrescos do período de papa Martino I
(649-653), Giovanni VII
(705-707), papa Zaccaria
(741-752), Paolo I
(757-767). O oratório tinha uma decoração parietal de mosaicos,
realizada pelo papa Giovanni VII,
com estórias do Novo Testamento,
com imagens da infância, milagres e da Paixão de Cristo e uma
grande imagem de Maria “Regina” (Rainha) e o próprio papa
Giovanni VII.
Interessante também
os sarcófagos onde vemos algumas figuras de primeiras imagens
cristãs, o espaço montado com objetos encontrados aqui, e até a
reconstrução de um lustre antigo para podermos imaginar como era
feita a ilumação do ambiente!
As minhas
professoras de História da Arte estão frenéticas com a abertura
desta igreja, pois a estudaram nos livros, fizeram prova na faculdade
sem nunca terem visto ao vivo os famosos afrescos!
Excursão
aconselhada para quem já viu Coliseu, Foro e Palatino e é
apaixonado por História da Arte e Arte Medieval.
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Fontes:
Aulas com a Dtssa.
Simona Lupinacci
Enciclopédia
Treccani
“Santa Maria
Antiqua tra Roma e Bisanzio”, Andaloro M., 2016
“I sarcofagi del
paradiso”, Bisconti F., 2004
Site da
Superintendência dos Bens Culturais de Roma:
http://archeoroma.beniculturali.it/santa-maria-antiqua/?q=node/4
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